terça-feira, 9 de junho de 2009

AVE NOTURNA


Quando na noite de olhos abertos não vejo
O sangue no corpo esquenta, gela meu coração!
Procuro debaixo das cobertas
Esconder meus dedos
Esconder meus medos

O pensamento me abandona desafiando
O medo que os meus olhos confirmam
Procurando uma sombra que move.

Os castelos estão formados
Príncipes negros atravessam portões
Dragões gritam no ar
Caem as muralhas
No fosso há fumaça
Eu sou apenas olhos
Apenas olhos

Ave noturna estremece meu corpo
Mas a satisfação de saber que ela voa como um sabiá
Faz o filho da noite descansar
Ave noturna
Ave noturna

Papai acende um cigarro
Ilumina o dia
No travesseiro me agarro
Meu grande quarto eu via
Tudo no lugar que eu amava

Quem sabe apenas dormia
Quem sabe apenas sonhava.

Nenhum comentário: